26/08/2019

5 Estágios do Luto: Introdução

O tema da morte é um assunto que comove a todos; comove não somente aos que escutam, mas também aos que falam sobre ela.

Por que eu digo isso? Embora a morte faça parte do ciclo de vida, ela é encarada por muitos como um fenômeno torturante. O medo, seja pelo motivo que for, atinge a maioria.

Um médico pode noticiar a morte de um ente amado para uma família ou noticiar uma doença terminal ao paciente/família.

É provável que iniciar este tipo de leitura, em um momento no qual todos temem a morte, seja um desafio; mais difícil ainda será ficar até o fim. Pensar, conversar e planejar sobre a morte são coisas que as pessoas da contemporaneidade no Ocidente possuem imensa dificuldade.

Aquela frase que muitos dizem: “a única certeza que eu tenho da minha é que vou morrer” é a verdade mais pura para a vida de todos, inclusive a sua, no entanto, ninguém quer discutir sobre. Esta é uma daquelas verdades que muitos não estão prontos para encarar.

Talvez muitos nem clicaram neste título ou pararam no primeiro parágrafo: “que assunto mais pesado”. Perceba uma coisa: a cada batida do seu coração, a cada respiração dada você está um passo mais perto da sua morte.

Por este motivo, decidi fazer texto e vídeo sobre o tema, para compartilharmos experiências. Este texto é considerado uma Introdução para os próximos que serão os estágios mais específicos tanto para o paciente como para os familiares enlutados, tudo bem?

Portanto, são 3 textos para conversar sobre os 5 estágios de luto, conforme definidos pela psiquiatra Elisabeth Kübler-Ross.

A morte é delicada para todos - Fernanda Rondon, Psicóloga.

Pacientes diagnosticados com Doenças Terminais

Céu sobre o mar
  • Dentro de um hospital ou clínica, é sempre delicado para um profissional da área da saúde dar a notícia ao paciente sobre uma doença terminal, pois embora todos os médicos vivenciem diversas histórias de vida e morte diariamente, presenciar a dor e o desespero do paciente sobre o seu diagnóstico e prognóstico atual requer manejo não somente nas palavras como na postura, na atenção e no acolhimento. Alguns pacientes reagem de maneira agressiva, tornando o processo complexo para ambos os lados.
  • Para o paciente, que recebe um choque de informação sobre a sua saúde, a sensação é de aflição dos pés à cabeça. O posicionamento de negação sobre sua condição pode difícil, e a dor que sente ao receber tal diagnóstico é algo que palavras aqui não teriam como descrever: o chão some, o coração dispara.
  • Para a família (e eu incluo os amigos próximos), que recebe a informação muitas vezes do próprio familiar diagnosticado com uma doença terminal cabe o medo e aflição e, consequentemente, a busca por alternativas para garantir que o seu ente amado passe pelo processo com maior qualidade de vida.

Familiares enlutados

Várias mãos juntas em preto e branco
  • Quando um familiar recebe a informação da morte de um amado, dependendo do nível de relação e como a morte aconteceu, as reações podem ser infinitas, pois aqui, falamos de relações, que como em todo lugar são construídas de maneiras variadas e complexas.

"Sobre a morte e o morrer", livro de Elisabeth Kübler-Ross

No livro da psiquiatra suíça Elizabeth Kübler-Ross, “Sobre a morte e o morrer”, ela comenta que nosso Inconsciente (consiste no mundo escondido, desconhecido de cada indivíduo; é o mundo que fatalmente escapa ao controle do campo da consciência) acredita ser imortal.

Capa do Livro "Sobre a morte e o morrer", de Elisabeth Kubler-Ross
Livro que reuniu cerca de 200 histórias dos pacientes diagnosticados com algum tipo de doença terminal

Muito disso se dá pelos questionamentos sobre de onde viemos, quem somos e para onde vamos: nós temos medo da morte, temos medo pela incerteza de um todo (cada pessoa temerá à morte à sua maneira).

Tudo aquilo que não suportamos, o ego transfere da Consciência para o Inconsciente Pessoal aquilo que não sabemos encarar. Portanto, devido à nossa dificuldade em lidar com a morte, a nossa primeira atitude será de se proteger, ou seja, negar a informação.

Afinal, quem é Elisabeth Kübler-Ross?

A psiquiatra Elisabeth Kubler-Ross

Elisabeth foi pioneira no tratamento de pacientes em estado terminal. Psiquiatra, nasceu em 1926 e veio a falecer em 2004.

Sua obra mais conhecida, Sobre a Morte e o Morrer, publicada em 1969 proporcionou a divulgação de seu trabalho com cerca de 200 histórias de vidas de pacientes diagnosticados com doenças terminais ao longo da sua carreira.

Ela construiu os estágios a partir destas entrevistas feitas, com a publicação do livro em 1969.

Seres humanos e suas subjetividades

Quando se estuda e vivencia a psicologia, aprendemos a variedade de ações e reações diferentes que cada pessoa tem sobre determinada situação.

Quando eu mencionar os estágios criados pela psiquiatra nos próximos textos sobre o tema é importante que você saiba que devido à nossa subjetividade, cada ser humano sente, pensa, experimenta a vida de modos diferentes, ou seja, todos somos seres subjetivos, fazendo com que este modelo não seja considerado científico.

Vou citar um exemplo muito simples, para que você se aproxime do que estou tentando comunicar:

Duas pessoas podem presenciar duas situações idênticas e reagirem de maneiras opostas.

Roda gigante iluminada

Um casal vai à uma roda gigante. Nenhum dos dois sabe, mas a estrutura além de ser extremamente alta, em algum momento irá parar com as pessoas lá dentro.

Maria acredita não ter medo de altura pois já vivenciou situações em alturas que não causaram nela nenhum tipo de medo, enquanto João, não suporta a ideia de subir uma escada para trocar a lâmpada de casa.

Acontece que eles estão comemorando o 4º ano de namoro, e ela suplica a ele para aceitar a brincadeira.

Por “brincadeira do destino”, a roda gigante para, quando eles estão no topo, justamente onde mais venta e mais se sacode.

João fica perplexo com a beleza da cidade, consegue ver os prédios iluminados e apesar do nervosismo, encara a situação de forma mais tranquila.

Maria, ah...a Maria! A que se intitulava destemida, ao ouvir os gritos das pessoas começa a se sentir enjoada. Seu coração começa a disparar e quando percebe está gritando junto com as pessoas, implorando para descer.

João, assustado com a situação, a acolhe e busca acalmar sua namorada.

Enquanto um sai da roda gigante rindo da situação, a outra sai chorando, tremendo, dizendo em voz alta, para todos por perto, que nunca mais irá em um tipo de brinquedo assim na sua vida!

Estou oferecendo um exemplo para que você compreenda aqui, comigo, que duas ou diversas outras pessoas podem presenciar a mesma cena, e todos terem reações totalmente diferentes, com níveis superficiais ou intensos demais. Percebem? Pessoas com suposições de si mas com reações diferentes das que acreditam que teriam.

Quando eu digo sobre o modelo não ser científico é porque existem pessoas que não irão passar por todos os estágios de maneira sequencial. Kübler-Ross comenta que ao menos dois destes estágios as pessoas irão passar.

Devido às reações serem particulares, podemos afirmar que os estágios de luto podem ser experimentados em níveis diferentes e não havendo uma sequência exata.

Assim como existe o ciclo da vida, existe o ciclo da morte, e os estágios definidos pela psiquiatra suíça Elisabeth Kubler-Ross identificam a reação psíquica de cada paciente em estado terminal.

A médica elaborou o Modelo Kübler-Ross, que propõe uma descrição de 5 fases (ou estágios) do luto, pelo qual os seres humanos passam ao lidar com a perda, o luto e a tragédia: as 5 fases do luto são: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação.

Referência bibliográfica: KUBLER- Ross, E. “Sobre a morte e o morrer”: 8ª Ed., Martins Fontes. São Paulo, 1998.

Observação: os textos expostos possuem função reflexiva e/ou informativa, sem o intuito de aprofundamentos terapêuticos. A publicação de certos temas atua de maneira generalizada, sem fins específicos. Não substitui psicoterapia.


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